Dec 28, 2006

paradigmas blogueiros

ou seja, os labels. com eles eu posso separar tranquilamente os assuntos do meu blog. olhe a sua direita e note que agora ele está quase organizado.

algumas coisas sobre o estruturalismo blogueiro

- isso vai me ajudar muito para não me restringir a escrever repetidamente sobre um assunto, pois você pode ir direto ao de seu interesse clicando ali do lado. isso também me poupa de ter que criar um blog somente para música.

- claro que a taxionomia dos posts tem lá seus problemas. por isso, qualquer assunto aleatório e inclassificável foi posto em pessoais, até segunda ordem. isso porque depois que eu fui perceber outros rótulos eram necessários, como o estudantil ou, algo-do-tipo, geográfico. mas com o decorrer do tempo eu vo arrumando isso.

- note que um post artístico, não é um post artístico. ele possui na verdade, um assunto artístico. isso vale para todas as categorias.

- sobre os rótulos mais estranhos: o artísticos engloba tudo que é do rolê da arte, mas de nenhuma arte específicada em outro rótulo. linguístico é qualquer um que envolva reflexões bestas sobre fala/escrita/etc. sites envolve qualquer post sobre internet. editoriais, qualquer metapost, tipo este aqui.

Enjoy it!

Críticas, sugestões, declarações amorosas, favor deixar um comentário.

Dec 25, 2006

finalmente

As tirinhas de completas de Calvin & Haroldo serão finalmente lançadas no Brasil. Em fevereiro, ocorrerá finalmente o lançamento da primeira parte. Não virá naqueles tijolões igual aos gringos, mas em álbums em separado, com um ritmo de dois por ano. A pré-venda do primeiro já ta rolando.

Já haviam uns álbuns antigos, e esgotados, mas elas nunca haviam sido trazidas na totalidade pro nosso brasilsão. Várias dessas edições antigas estão disponíveis, e digitalizadas, neste blog aqui.

Agradeça a Conrad, que continua fazendo um trabalho de escolha de títulos sem igual por essas bandas.

Aproveita e já dá um look no robot chicken deles:

Dec 24, 2006

Dear God,

Maybe Cain and Abel would not kill each so much if they had their own rooms. It works with my brother.

Larry


Mais cartas de crianças pra Deus??? Tem um site só com isso. Entra nele logo.
versão revisada

Dizem as más línguas que quando o RPM ganhou seu primeiro disco de platina o dono da gravadora deles escreveu o nome da banda em cocaína para que ele e o Paulo Ricardo cheirassem juntos.

Imagine só se ao invés de RPM eles se chamassem And You Know Us By The Trail of Dead...

Dec 18, 2006

e já que me tiraram pra piromaníaco...

veja esta fábrica de fogos de artifício pegando fogo, e me diga se não é o incendio mais foda que você já viu:



(piromaníaco? não entendeu? lembre-se: blog se lê de baixo de cima.)

piero heroitizado

prestigiando a habilidade e criatividade dos meus amiguinhos, e me orgulhando deles, vou falar sobre as duas vezes que me transformaram em herói:

ali na esquerda embaixo, note que eu era um piero de calça xadrez, que eu não tenho mais (droga!), pé peludo, que eu ainda tenho, e cabelo, que agora eu tenho menos.

isso foi ano passado, quando o "fraco" desenhista pirin fez alguns rascunhos pro que viria a ser uma animação com eu e alguns outros amigos como super-heróis. não sei, mas acho que o projeto foi abandonado (pirin, pronuncie-se).

ano passado, no meu aniversário, a lígia me deu um pinguin para guardar doces de leite feito em papel mache. mas quando eu acho que ela não poderia ser mais criativa, ela se supera.

no blog dela, a lígia disse que transformaria seus amigos que pedissem em heróis baseados em fotos que mandassem. pois bem, foi assim, mesmo com eu pedindo sem mandar foto, que eu fui um dos amigos transformados. no meu caso, virei um ser incediário. dá uma olhada neste post do blog dela pra ter a descrição completa. vale a pena!

ah, amo os dois!
=)

Dec 15, 2006

Dec 13, 2006

e o filho da puta é dois anos mais novo que eu...

Dec 11, 2006

Arritmia Sinusal Respiratória

é o nome da minha nova patologia, que foi detectada num eletrocardiograma hoje pela manhã. e dessa vez eu nem tinha procurado nada: eu juro que fui SÓ fazer uma consulta pra conseguir autorização pra fazer musculação, daonde fui diretamente para o hospital do coração.

ela funciona assim: meu coração responde mais diretamente que o normal à minha respiração. se eu respiro de forma constante, meu coração fica sussa. se eu respiro de forma mais inconstante, meu coração começa a quebrar tempo doidamente num compasso 5/8, tipo um solo de bateria do rush.

mas acalma-se, caro amigo que não deseja minha morte: meu médico disse que isso é perfeitamente normal para alguém da minha idade. e, a partir de agora, adotarei uma nova política na minha vida: não buscarei mais tratamento médico específico para cada um das minhas pestes. assumirei que todas elas são causadas por uma única doença e procurarei tratamento para ela, a hipocondria.

google chuta o balde

parte 1879

Dec 8, 2006

chocolate com marzipan

é o caminho mais fácil que eu encontrei até hoje para chegar na felicidade plena.

nunca falei de política no meu blog

e nem pretendia. mas dessa vez se fez necessário.

quando você acha que alguma coisa tá indo pra frente, ela para. e dessa vez nem foram os políticos que ferraram tudo: os grandes juízes da nossa nação resolveram perpetuar a ciranda doida partidária e enterrar de vez a tão sonhada reforma política, derrubando a cláusula de barreira no STF ontem. a cláusula ajudaria a enterrar boa parte dos 1029812904827903582 partidos brasileiros com representatividade quase nula.

afinal, eles devem achar que o mensalão foi um problema de caráter dos deputados e que seria inconstitucional você acabar com um partido como o PAN. agora os aposentados da nação estão salvos...

Dec 6, 2006

falando em quadrinhos gringos

entrem no The Perry Bible Fellowship.

acho que eu nunca tinha falado dele aqui, então vale a pena lembrar. é o melhor em termos de quadrinhos gringos na rede que eu conheço, em todos os aspectos possíveis. desde o traço até o humor lazarento dele.

se tu souber de algum melhor, por favor, avise me.

Dec 5, 2006

graças ao sitemeter, eu sei que algum espertão entrou neste blog procurando no google por CHINESE DEMOCRACY SAI.

detalhe interessante: foi no google portugal...

o grammy jornalístico

se os cineastas tem o oscar e os músicos têm o grammy, os jornalistas também tem seu prêmio decadente que não serve pra nada: o Pulitzer.

mais apagado que premiação de revista independente na vila madalena, ninguém nunca ouviu falar de alguém que tenha ganho o Pulitzer além da Louis Lane.

nesta minha busca em saber, afinal, como é o pulitzer e quem ganha aquilo, descobri que o site do prêmio tem bastante coisa, apesar de ser bem feio (como eu já disse uma vez, nunca exiga nada de sites americanos, por favor.)

no site do Pulitzer eu descubro que ele tem mais categorias que o grammy latino. e tá tudo lá, todos os vencedores desde 1917, para ser consultado por pessoas com insônia em plena terça-feira. pelo menos nos últimos anos dá pra ver os trabalhos vencedores, sejam eles textos ou fotos.

a preguiça me leva a procurar aquilo que há de mais fácil para se analisar: charges. dei uma olhada nos premiados desde 2004. como eles são premiados por toda a obra, todas tratavam do Iraque pelo menos em algum ponto, fazendo uma crítica que é muito padrão ao menos para os habitantes do hemisfério sul.

nada de genialidade ou criatividade imensa no traço ou na linguagem. nada como Laerte ou Quino. e nada como a geração nova de brasileiros (Sieber, Branco e cia.). como esperado, o prêmio não parece ser lá essas coisas. segue três charges dos últimos três premiados, para ilustrar o que eu estou dizendo. outro dia dou uma olhada nos outros anos, se tiver algo maravilhoso, eu aviso.



Matt Davies, vencedor em 2004 e que eu acho o melhorzinho.



Nick Anderson, vencedor em 2005 que eu acho meia-boca.



Mike Luckovich, vencedor em 2006 que eu acho bem ruim.

só pra avisar

o rubens atualizou o blog dele.

clipes pós-roqueiros

Ultimamente, nos últimos dois anos, eu andava sem saco de assistir clipes. Desde que surgiu o YouTube minhas buscas eram inteiramente por shows. Acho que era falta de paciência com takes de 1/1000 de segundo com muitas cores saturadas estourando na minha cara...

Mas, de tanto ouvir falar, finalmente fui atrás dos clipes das duas bandas more do pós-rock, Mogwai e Sigur Rós. Paguei um pau.

Entendo até que você não goste dessas bandas, essas coisas pós-roqueiras são realmente muito arrastadas. Mas nos clipes delas meu relativismo diminui ao mínimo. Vai com carinho, olha e escuta essas coisas aí embaixo com atenção.

Mogwai, Travel in Dangerous


Sigur Rós,
Hoppípola


Ah, os outros clipes de ambas as bandas também são bons pacas. E claro, isso sem contar os álbuns que, se você não conhecesse, são sensacionais.

Dec 4, 2006

como viver junto: a trocentésima bienal de arte de são paulo.

a bienal nem merecia um post grandão ou bem explicado, mas eu faria ele mesmo assim pra poder reclamar bastante. mas como o tempo me ferrou nas últimas semanas e agora, antes que tudo fuja da minha mente, vamos ao que a bienal mereceria na verdade: um post pequeno e nada explicativo.



lá havia um
barulho imenso. muitas obras. a bienal era razoavelmente lúdica e com um espaço gigante. um pouco engraçada e acho que a curadoria sequer existia, tanta era a quantidade de obras meia-bocas, com qualidade escassa. mas quando achada ela, podia ser em excesso.

e, claro, 120874102785102895710 crianças, que são uma atração a parte.

sobre o que aconteceu e sobre o que está por vir

considerando as circunstâncias desta tarde, imagine que eu estava comprando meus ingressos para o show do Coldplay, numa fila durante quatro ou cinco horas, no meio do que no começo era uma calçada e logo se transformou num córrego.

considerando que Chris Martin e cia. são uma das bandas mais populares do planeta, imagine que serão somente quatro shows em lugares fechados numa das maiores cidades do mundo, ou seja, somente 24 mil pessoas. para piorar, serão em poltronas marcadas. pelos menos os transtornos para a compra foram "menores" que a já lendária compra de ingressos para o U2.

considerando também que haviam CINCO caixas vendendo meios ingressos para todos os três shows, quanto tempo você acha que essa fila demorava pra andar? para agravar, as pessoas não sabiam pra quando elas queriam ou quanto elas queriam gastar e, muito menos, onde elas queriam sentar.

considerando tudo que eu enfrentei esta tarde para conseguir esse ingresso, que se encontra na minha carteira, já aviso: o Coldplay virou minha banda preferida, eu escuto ela desde criancinha. além disso, desde já, o show do dia 28 de fevereiro de 2007, do Coldplay no Via Funchal, foi e sempre será o melhor da minha vida.
alguém, por favor, me explica isso.

sobre o cara do fugazi, um mês depois

Nos dia 7 e 15 de novembro, eu vi dois shows de Joe Lally. Com um mês de atraso, venho tentar juntar farrapos de memória e detalhes daquilo para dar uma eternizada nisso tudo.

Aprensentando o cara
Joe Lally é ex-baixista do FUGAZI. O Fugazi deve ser a melhor banda independente que já existiu, dizem que é a maior e com certeza é a mais amável. Nunca ouviu? Não te culpo. Corra atrás doidamente do primeiro (13 Songs) e do último (Argument) álbum dos caras.

Ele era um integrante apagado, talvez o mais discreto da banda ao vivo. Mas acredite-me: qualquer resto de Fugazi vale muita, mas MUITA coisa mesmo. Ainda mais tocando com dois integrantes do Hurtmold, que já valem qualquer show por si sós.

O trabalho do cara
É bom. Mas nada sensacional. Ouvi três vezes antes do show e uma depois, mas já passou a idéia. No tal There to Here as ótimas linhas de baixo que haviam do fugazi ainda existem. Mas a coisa é muito mais instrospectiva, arrastada, enfim, uns seis anos mais velha. Quanto as coisas dele, prefira o Ataxia, com Frusciante.

O destino do Ian Mackye, ex-vocalista do Fugazi, no The Evens, é algo que vale bem mais um conferida... mas como não foi ele que veio pro Brasil agora, não vou me alongar.

O show do cara
Bom. Valeu muito os vinte e dois contos, gastos no total, por dois show. Como a memória não se articula, vamos por partes

O Público
Estereótipo de estudante de comunicação em fim de curso. Barba, adidas, alargadores e caps, a nova moda da vanguarda paulistana. Eles renderam algo único: Brigar e olhar MUITO torto para quem falasse no meio do show, tamanha era a concentração de todo mundo balançando pra frente e pra trás vagarosamente. Sem catarse nenhuma, todos concentrados. Curtindo a música pacas.

Joe Lally
Não berra. Fala calmamente. Canta calmamente. Faz discursos, bonitinhos, calmamente. E suas músicas são todas calmas inteiras. Acho que isso enche um pouco o saco. Apesar de bonitas, sempre levadas pelo vocal junto com uma linha de baixo bem clara, elas vão do nada pro lugar nenhum. Num momento pede pra desligar a máquina de fumaça do sesc, falando The building is not on fire and we don't need to pretend it is. Isso que é legal no cara, ele realmente tá ali pela música. E só por isso.

Os dois do Hurtmold
Tavam discretos, sentados, mas...tocando pra cacete. Principalmente o Takara, baterista. Usa correntes, pandeiros, triângulos de forma perfeita. Não tem o que reclamar desses caras.

Chopperia do Sesc Pompéia
O melhor lugar pra show em São Paulo, não há dúvida. O incrivel é que o Joe Lally falou que não tem lugar legal que nem o sesc nem em Wahington DC. Glória a Lina Bobardi.

* se quiser ilustração pra TODOS os show que eu comento neste blog, entra nesse flickr. Apesar de eu não ter certeza que eu já vi ela, a tal Caroline Bittencourt tá em qualquer show que eu vá, e as fotos são maravilhosas.

Dec 2, 2006

o circo pegando fogo

já pensou literalmente nesta expressão?

mentalize você dentro dele, com aquele plástico imenso derretendo e caindo sobre você... não é legal.

show do los hermanos e o pensamento ocidental do século XX

Bertold Brecht, cara forte do rolê da dramaturgia, uma vez falou que a finalidade maior da arte tem que ser a diversão. Curto essa idéia do rapaz, e isso justifica plenamente o momento em que os Los Hermanos tocaram Ana Julia ontem.
Explico: você deve saber que por anos o único super hit da banda ficou fora do set list. Por mais que Amarante negue isso de formas engrassadíssimas, não adianta: eles renegaram a música durante anos com medo de serem reconhecidos por ela. Agora, com anos de indiezisses e afins, eles podem tocar ela de novo, a nível de zoeira, com segurança. Sim, a música É uma ENORME merda e também NÃO funciona ao vivo. Mas foi MUITO divertido. Ela destoa totalmente do resto, e é engraçadissimo tanto a música quanto a cara do público, dividido em permanecer parado ou pular doidamente. Só alegria.

Guy Debord, francês, 1968 e tudo aquilo que tu já ouviu falar, dizia que nós não vivemos nossa vida realmente e sim, simulações baratas dela. Trocamos nossa vida real por espetáculos, uma espécie de fuga quando voltamos a uma vida de merda.
Um dia depois do show, ele está inteiro online. Ninguém nem digere ele direito, e já trocou as sensações pelas do youtube. Afinal, você nem tinha o que fazer num sábado de tarde né...

João Gilberto, velho e ranzinza, certa vez ficou puto numa casa de show por causa de um ar-condicionado que atrapalhava seu som. Se qualquer integrante de qualquer banda de ontem tivesse um milésimo da chatisse do cara da bossa, o show não rolava. Afinal, não sei quem diabos teve a idéia de fazer um show num circo. Pode parecer até legal, mas só antes de você chegar lá. Por mais óbvio que possa parecer, não custa nada lembrar: tendas não tem acústica, circos foram feitos para elefantes, e não para bandas como o Hurtmold, que abriu o show de forma bizarra. Sei que eles, enquanto banda vanguardista com 8240527 sintetizadores e afins no palco, já haviam recusado tocar no Curitiba Rock Festival do ano passado por não terem podido passar o som. Logo, não sei como eles subiram ao palco com aquele som de ontem. Tratamento escroto para uma das maiores bandas do país, sem mencionar as filas imensas que impediram boa parte da galera de ver aquele show inteiro.