desci do ônibus vindo da usp no Metrô Vila Madalena. precisava atravessar a rua, ir até o começo da avenida pompéia e pegar um ônibus pro sesc.
era só atravessar uma faixa de pedestres logo na minha frente, mas instintivamente eu havia entrado dentro do metrô, descido a escada rolante e atravesseado por dentro dele.
neste processo, eu estava me perguntando o porquê do meu estranho caminho. lembrei que havia feito isso duas semanas atrás. me perguntei porquê denovo e lembrei que estava chovendo na quarta-feira retrasada.
porquês resolvidos, saio do metrô e sinto um baque fudido na minha visão daquela rua. era um sentimento estranho, próximo de um choque. a impressão de revisitar um lugar antigo.
lembrei-me que foi ali em setembro de 2002 que eu havia saído pela primeira vez do metrô. era a primeira vez que eu estava em são paulo. um pouco antes do anoitecer, são paulo cheio de buzinas, pixações, gente feia e uma grande massa cinzenta no céu. tudo isso sem eu ter a menor idéia de onde estava. foi alí, naquela hora, que notei que são paulo era o caos, mas eu estava maravilhado.
como parei ali? bem, havia ganho uma carona do morumbi até o santa cruz e tinha acertado com os pais do meu amigo curitibano que viria de táxi para a casa na qual eu estava hospedado no alto da lapa, mas sabia que era caro pra cacete. por isso resolvi tomar um metrô até a vila, para ali então tomar o taxi. tá certo, na verdade eu nem sabia o quão caro era, eu sabia que eu queria conhecer o metrô e andar um pouco sozinho por essa cidade.
no Metrô Santa Cruz, eu tinha encontrado minha primeira amiga paulistana, nicolle. lembro também dela me deixando na linha verde na estação ana rosa, enquanto eu descobria o significado de baldeação e exclamava que são paulo em baixo da terra era muito mais limpo e lindo! Não sabia o que era o Jabaquara e nem onde era a linha lilás, mas achava aqueles mapas lindos. olhava cada nome de estação com atenção. ao descer na vila madalena, saí do metro pela primeira entrada que pude, conhecendo aquele lugar cujo nome ainda iria me remeter a muito mais que uma novela.
mas agora eu estava ali naquela mesma vila dois anos depois. e não iria esticar o dedo pra táxi nenhum. já sei que aquilo lá é a heitor penteado no lado par e sei que a casa do pablo é logo ali do lado.
sei que devia parar um ônibus e perguntar se desce a pompéia inteira. sei aonde são pelo menos uns cinco sescs. sei onde é a esquina da ipiranga com a são joão. sei que to tentando a sorte nessa cidade, mas não sei ao certo o que é tentar a sorte, ainda mais nessa cidade. sequer sei se gosto dela.
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9 comments:
Fácil, Pipo. É só pegar o 177X - Jd. Pery Alto, no terminal Vila Madalena mesmo. Ele desce a Pompéia inteira.
Hehe. Beijo!
Eu sei..
Vc deve vir pra curitiba q é uma cidade mais limpa e tem o cara mais legal do mundo!
quem quem quem???
:D
O oilman!
Entendo sua relação de amor e ódio com Sampa. Fico tentando colocar a culpa no tamanho dessa cidade... locuuuuura
É fato, a gente não tem Oilman... Fico imaginando o infeliz pedalando pela avenida Paulista. Seria surreal vê-lo descendo a Augusta.
A propósito: EU sou seu primeiro amigo paulistano.
Quem diabos sabe onde fica a linha lilás??
Sei que vai chegar até a Santa Cruz, cruzando a linha verde na Chácara Klabin. E sei por que essas duas estações são perto de casa.
Vila Madalena me lembra barzinhos e casa da minha tia. E a escada rolante gigante. Legal pensar nisso, nas coisas e lugares relacionados a cada estação do metrô.
Assim eu choro, Pipo!
Beijinhos
Oilman não é mais cool que o Neguinho Z/O, o Carioca Z/L ou o Zulu da Zona Sul
E tenho dito
Vamos começar de novo, é, Pipo?
Bjos!
rubens, aki na z/s quem manda é a turma do torre, mano!
e eu sei onde fica a linha lilás, pertim de casa, ó! qdo chegar no sta. cruz eu me ligo à civilização!heheheh
e pipo, nem vou discutir com vc DE NOVO esse assunto "eu não sei se gosto de sp". humpf.
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