Nov 4, 2008

a boa notícia que deveria ter sido e não foi

sai Júlio Neves do Masp, mas nem tanto.

depois de 14 anos no comando do maior acervo da américa latina, o projetista da Daslu e brother de infância do Maluf da adeus à presidência do museu.

deixa atrás dele um legado medonho. ele vai das dívidas com a prefeitura e com a Vivo, de mais de 14 milhões de reais, passando pelas alterações na obra da Lina Bo. chega até os mais de 10 anos sem curador no museu. sem contar o picasso roubado. parece que ele fez tudo errado.

da eleição que ninguém sabe como foi, no lugar de Neves, entra João da Cruz Vicente de Azevedo.

nunca ouvi falar.

mas um google já resolve: no alto de seus 83 anos, o novo diretor era secretário-geral na gestão de Julio Neves.

trocou seis por meia dúzia.

é triste, pois a saída deveria ter sido uma boa notícia. não foi. esperava-se mudança já faz tempo. o "contrato" do prédio do museu com a a prefeitura acabava em novembro. artistas chiaram, queriam uma intervenção direta do estado.

no Masp, as obras tombadas pelo Estado ficam numa instituição privada que usa um prédio da prefeitura. de graça. sem falar nas famosas isenções fiscais e na dívida com o governo.

o que o Estado faz, nessa brincadeira toda, é injetar dinheiro público num buraco negro.

mal de uma "instituição particular sem fins lucrativos", que ninguém sabe o que é direito. Chatô elocubrou isso para não deixar herança para os filhos. seria mais fácil ter posto na mão do governo que, sim, adiministra muito bem seus museus. vide a Pinacoteca.

também deve ter sido triste há 14 anos atrás, quando Julio Neves ganhou do admirável Mindlim a posição da qual reinou durante catorze anos. numa votação que dizem ter sido apertada.

as esperanças de mudanças no Masp acabam, ironicamente, enquanto ocorre a bienal do vazio. falida e travestida de conceitual. nossa outra grande "instituição artística". com a qual ninguém está satisfeito, é claro.

dito adeus as esperanças no Masp e na Bienal, resta esperar que algo mude ano que vem com a saída de Neschling na Osesp, outro buraco negro da grana pública paulista e lar do funcionário público mais bem pago do país,.

No comments: