Mar 17, 2007

lembrei duma história que aconteceu no começo desse ano

Foi no meio da tarde. Eu estava numa dinâmica no prédio da Editora Abril, aquele da Marginal Pinheiros, tentando uma vaga para estagiário. Escrevia um texto sobre alguma coisa aleatória, do tipo como você se enxerga daqui a cinco anos?, quando, de repente, faltou luz. O prédio é de vidro, e a priori não teve treta, a luz continuava entrado e minha redação foi continuada. Mas, depois a treta veio: uma mulher entrou gritando na sala, ABRIU UM BURACO NO MEIO DA RUA!!! SAIAM QUE O PRÉDIO PODE CAIR!!! RÁPIDO PESSOAL, RÁPIDO!!!

Visto nossa situação de candidatos à vagas, hesitamos em sair até que recebêssemos o reconfortante podem ir! nós entramos em contato assim que possível pra remarcar. A partir daí, uma correria doida que logo depois foi interrompida por odiáveis portas giratórias.

Uma vez fora do prédio, tirando o choro de alguns e o movimento anormal de pessoas, não havia nada de estranho! Na curiosidade de sempre, fui atrás do tal buraco.

Quando virei a esquina, aí sim, vi o chão aberto! E daí, MANO! O que era aquilo... era um momento em que a vida imitava o cinema! Aquele não parecia um buraco digno de um metrô, mas do primeiro meteoro que preconiza o fim do mundo.

Na hora, o buraco ainda não tinha a fama que viria a ter nos dias vindouros, com direito a manchete no Jornal Nacional e capa na Folha de S. Paulo um mês depois. No meu momento supervaguardista, em que o buraco ainda era underground, a polícia recém chegava pra isolá-lo.

Minutos depois, indo até o sesc para um lanche, vem a ligação dum amigo meu, Rafael Duque, que trabalhava no Terra.

PIERO, você tá onde? Tá do lado da Abril??? Ótimo!!! Preciso duma foto do buraco do metrô pro site e tão pagando muito dinheiro! Vai ver se a máquina tá na tua mochila?? OK! Eu espero!!!

Volta três horas na historinha.

Eu, saindo de casa, percebo que a mochila está pesada. Abro ela, e penso Pra que eu preciso dum caderno e duma máquina fotográfica pra ir na Abril? Muito peso, vo deixar aqui.

Volta pro caminho do sesc.

Não, não Duque! Deixei minha máquina em casa. Sim cara, sei que é muito dinheiro... Quanto tempo pra eu pegar a máquina de novo??? Uma hora, pelo menos.... Não dá?? É muito tempo??? Beleza, esquece então cara... Fica pra próxima...

E desde então vivo sempre com a minha máquina a mão, a espera do próximo buraco no metrô que abrirá do meu lado...

3 comments:

Lys said...

Pipo, essa tá ótima.
Beijinhos, com saudades

LBL said...

"No meu momento supervaguardista, em que o buraco ainda era underground..."
Buraco underground....seu indiee!!!
hehehehehe

Vive com a máquina do seu lado, ou no cesto de roupa suja né!!!
:)

Bjoes mano, saudades!!!
Se cuida sempre cara!

Anonymous said...

essas e outras ainda renderão uma estátua de homenagem à mr. murphy...