Jan 21, 2007

de volta ao vol. 4, dez anos depois

Eu descia a teodoro sampaio ontem quando me deparei com uma daquelas bandas que tocam na frente das lojas de música nos fins de semana. tirei meu fone de ouvido pensando que ia ouvir o jazz insosso de sempre quando percebo que aqueles tiozões na calçada tavam mandando cover de sabbath...

Ah, sabbath.... é aí que a nostalgia bate forte: meu primeiro cd, comprado com oito anos de idade, era o primeiro álbum do black sabbath. eu era um pequeno tiozão do rock. Foi o mesmo sabbath que moldou minha educação musical quando um ano depois um primo foi morar no meu quarto levando junto sua discografia da banda, original, afinal, era 1997. Um garoto prodígio, eu já entendia as mudanças de vocalista da banda e sabia falar sobre as vantagens e desvantagens de Dio e Ozzy, além de meter o pau em Tony Martin, o sempre esquecido último vocalista da banda.

Lembro da minha paixão por Changes, do vol.4. Eu me perguntava como uma música tão linda, só com pianos, era considerada de metal. Aquilo realmente não fazia nenhum sentido pra mim.... Agora, dez anos depois, eu redescubro de novo uma música do mesmo vol.4 e que me deixa embasbacado igual aquele menino estava com Changes a dez anos atrás.

Essa música é Snowblind, e, puta que o pariu, que música!!!

Logo de cara um riff bem cadenciado dá a assinatura do sabbath, caindo direto numa levada arrastada que o resto do mundo um dia ia copiar e chamar de Stoner Rock. Bill Ward carrega a música com pratos que te levam balançando até a entrada da voz de Ozzy, que se mostra sem pressa a música inteira.

O momento em que ozzy arrasta os vocais cantando my eyes are blind but i can seeeeeeeee, ele emociona dum jeito que só esse hard rock seminal era capaz, e logo se se é levado num solo daquela época em que as pentatônicas eram super originais.

Mesmo quando a quebradeira fala alto na música, ainda não há pressa: o sabbath sabe dosar esse ritmo melancólico mesmo nas horas em que tudo estora, culminando com um solo final daquele gênio das seis cordas.

Um dos raros exemplares de música perfeita duma das bandas mais importantes, no mínimo, da minha vida. Se não conhece, vai atrás. É coisa pra ser ouvida cinco, dez, quinze, vinte vezes seguidas...

2 comments:

Tomiate said...

O Sabotage é o álbum mais legal deles, na minha modesta opinião de filho de metaleiro que cresceu ouvindo as musiquinhas que tocam no elevador que desce até o inferno.

Do Vol.4, acho Tomorrow's Dream a melhor. Com o vocal quase apagado naquela solidez que só o Black Sabbath consegue fazer com tanta perfeição. Snowblind vem logo atrás, seguida de perto por Supernaut e AQUILO que não se vê ninguém fazendo com a bateria.
É um álbum legalzão.

Anonymous said...

Fala Piero!
Dica: o John Frusciante tocou bastante Snowblind em seus shows acústicos. Dê uma garimpada nos Soulseeks da vida que não será conexão dsperdiçada! A versão ficou muito boa! Aliás nesses mesmos shows ele toca Radiohead (Lucky - sensacional!), David Bowie (Modern Love) e Elton John (!!! - Tiny Dancer - muito boa também).
Abraço!