cansado de me foder toda vez que ia num restaurante diferente e arriscava uma pimenta inédita, achei que deveria ser criado uma escala para medir a ardência delas. A idéia era ótima: você pega o rótulo, olha a ardência, lembra quantas gotas acha necessário e pronto! Nada de pratos insossos ou, pior, queimando frios.
Lembre-se que enquanto o nosso mundo terreno cresce num ritmo frenético, o mundo das idéias de Platão está lá, minguando há milhares de anos conforme os humanos pegam as coisas de lá. Portanto a chance de alguém já ter tido sua idéia é sempre grande, e essa seguiu a lógica.
O cara que ferrou minha chance de ter dinheiro, fama e meu peso em pistache era chamado Wilbur Scoville. Em 1923 o cara criou uma medida para a apimentação das coisas: a escala de... Scoville! Genial, ela, obviamente, mede a quantidade de capsaicina na pimenta!
Capsaicina? Isso! A substância que faz arder na pimenta. Na época, ele colocava provadores humanos(!) para sentir a ardência da coisa. O grau dependia de quantos litros de água com açucar eram necessários para diluir a pimenta a ponto de ela ser neutralizada.
Com o tempo a coisa se ajeitou, afinal, deixar a galerinha tomando água apimentada não era nada científico e, muito menos, politicamente correto.
Hoje em dia, com computadores, a coisa manteve o mesmo princípio dos litros de água para neutralizar a pimenta. A escala vai de 0 (o pimentão) até 16.000.000(a tal da capsaicina, pura).
O amado molho tabasco verde chega a meras 800 unidades Scoville. Já o tabasco vermelho, mais arisco, pode chegar a 5,000. Fortes? Não muito, encarar uma habanero chilena, com 350,000 unidades Scoville, não deve ser tarefa fácil. São setenta vezes o poder do molho vermelho da Tabasco.
Daí pra cima, a coisa já não é nada ingerível: o spray de pimenta usado pela polícia chega a 5.300.000 unidades Scoville. Efeito moral? Só se a moralidade for algo mil vezes mais forte que uma Tabasco pingado diretamente no seu olho.
Obrigar todas as pimentas a terem o seu grau gravado no rótulo a priori seria uma idéia muito boa: nada mais de ardência, lábios amortecidos e uma diminuída considerável no gasto em água. Mas a graça da pimenta está na sua aleatoriedade, na coragem de enfrentar um molho feio num boteco ainda mais feio. No fim das contas, é esse aleatório molho colorido que traz emoção a tão entediante e repetitiva comida cotidiana.
Lembre-se que enquanto o nosso mundo terreno cresce num ritmo frenético, o mundo das idéias de Platão está lá, minguando há milhares de anos conforme os humanos pegam as coisas de lá. Portanto a chance de alguém já ter tido sua idéia é sempre grande, e essa seguiu a lógica.
O cara que ferrou minha chance de ter dinheiro, fama e meu peso em pistache era chamado Wilbur Scoville. Em 1923 o cara criou uma medida para a apimentação das coisas: a escala de... Scoville! Genial, ela, obviamente, mede a quantidade de capsaicina na pimenta!
Capsaicina? Isso! A substância que faz arder na pimenta. Na época, ele colocava provadores humanos(!) para sentir a ardência da coisa. O grau dependia de quantos litros de água com açucar eram necessários para diluir a pimenta a ponto de ela ser neutralizada.
Com o tempo a coisa se ajeitou, afinal, deixar a galerinha tomando água apimentada não era nada científico e, muito menos, politicamente correto.
Hoje em dia, com computadores, a coisa manteve o mesmo princípio dos litros de água para neutralizar a pimenta. A escala vai de 0 (o pimentão) até 16.000.000(a tal da capsaicina, pura).
O amado molho tabasco verde chega a meras 800 unidades Scoville. Já o tabasco vermelho, mais arisco, pode chegar a 5,000. Fortes? Não muito, encarar uma habanero chilena, com 350,000 unidades Scoville, não deve ser tarefa fácil. São setenta vezes o poder do molho vermelho da Tabasco.
Daí pra cima, a coisa já não é nada ingerível: o spray de pimenta usado pela polícia chega a 5.300.000 unidades Scoville. Efeito moral? Só se a moralidade for algo mil vezes mais forte que uma Tabasco pingado diretamente no seu olho.
Obrigar todas as pimentas a terem o seu grau gravado no rótulo a priori seria uma idéia muito boa: nada mais de ardência, lábios amortecidos e uma diminuída considerável no gasto em água. Mas a graça da pimenta está na sua aleatoriedade, na coragem de enfrentar um molho feio num boteco ainda mais feio. No fim das contas, é esse aleatório molho colorido que traz emoção a tão entediante e repetitiva comida cotidiana.
6 comments:
Ninguém usa escala de 0 a 16milhões no dia-a-dia, Pipo.
Faça, sei lá, labaredas desenhadas no rótulo, de 1 a 5.
Perfeito!!!!
=)
Escala de 0 a 16 milhões seria ótima!!
auahuahuahuha
Na verdade, não é necessário escala, só colocar valores, os utilizados no dia a dia seria de 0,8Ksc até 350Kscv
O que não é muito confuso não.
Já as armas policiais seria de 5,3 Mscv
que legal!
Eu acho que você é viadinho. =D
mas pimenta é tão gostoso ;)
Pra tirar a ardência da pimenta tomar água não é bom, porque espalha a capsaicina. O ideal é comer miolo de pão.
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